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quarta-feira, 4 de maio de 2016



Natália e a síndrome de não conseguir escrever o que imagina.

Em outubro do ano passado, uma leitora do Fanfiction Nyah! perguntou se eu podia escrever alguma história especial para o Halloween. Minha ideia principal, com esse pedido, era fugir dos fantasmas e lobisomens que assombram o dia 31 e brincar com um tipo de monstro mais real: o monstro do “cidadão de bem”.
Imaginar que aquele estranho com que você esbarrou na rua pode ter cinco cadáveres enterrados no quintal assusta, para dizer o mínimo. Talvez seu vizinho seja um psicopata, talvez eu seja uma serial killer! Mas é tão assustador imaginarmos estar em convívio com uma pessoa perigosa, considerar que podemos estar sentando ao lado de uma mente perturbada, que ignoramos a possibilidade e procuramos nos preocupar com coisas bem menos palpáveis. Afinal de contas, ninguém realmente leva muito a sério vampiros e lobisomens. Eu acho.
(E é mentira, eu sou muito preguiçosa para ser uma serial killer. Ou talvez seja isso que eu quero que você pense. Nunca saberemos. *se afasta no meio do escuro*)
Hiro, nosso protagonista, começou a história onde não queria estar, fingindo o que não queria ser e tomando cuidado para não ser punido por isso. Fugindo totalmente do que eu queria escrever, Takashi-sensei não pediu licença e ditou regra. Com um passado assombrando seu presente e ameaçando-o quanto a um futuro, a única coisa que o professor queria era provar, mais para sua terapeuta do que a si próprio, sua capacidade em lidar com o mundo. Enquanto tem essa oportunidade finalmente entregue, tenta calar um pequeno demônio trancado em sua mente, um ser deformado que ele pode colocar a culpa por seus excessos passados. Uma forma de evitar assumir toda a culpa para si, colocar-se acima disso e bradar vitorioso: “Somente eu tenho a chave”. Então surgiu Erina. Hiro teve a chave roubada ou simplesmente abriu a grade aos risos?


Filha de pai americano com mãe japonesa, Erina é um enfeite vivo que condecora o casal perfeito e ajuda a montar a imagem da família tradicional que não é brasileira. Indesejada por ambos parentes, carrega dentro de si toda a tristeza em estar sozinha com o ódio de anos de maus tratos. Sendo condicionada desde pequena a acreditar que é uma personificação demoníaca — carregando toda a culpa sobre o desequilíbrio emocional da mãe e o estresse contínuo do pai —, ela abre seu coração para Hiro, um desespero inconsciente por atenção. Seria, então, verdade professor e aluna carregarem dentro de si um demônio, ou aquela criatura era apenas imaginada para ambos desculparem suas ações?

Capa pela talentosíssima Gabriella Regina e revisão por Samuel Cardeal (aquele lá que está faz quase três anos me puxando pela orelha para publicar alguma coisa), Diabólicos é minha primeira tentativa de publicação e milésima perda de controle sobre os personagens. Convido todos que quiserem a lerem o conto e olharem com mais atenção seus próprios monstrinhos. Fica aqui apenas o alerta: não o alimentem tanto e, de preferência, joguem a chave fora.

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Leia a primeira parte do conto no Wattpad - https://goo.gl/yzn2UD

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